Apesar dos novos nomes anunciados para o sorteio dos apartamentos, na Ermitage, os contemplados ainda não recuperaram os ânimos e continuam firmes para agilizar os procedimentos de entrega dos apartamentos. Ao longo de 2016, diversos protestos foram feitos e, mesmo com o anúncio, o grupo não vai descansar enquanto os imóveis não forem liberados. “Sorteio não nos garante nada. Estou feliz por ter meu nome da lista, mas quero mais que isso”, disse Márcia enquanto acompanhava o sorteio.
Já Flávio Carreiro tinha duras críticas. Ele chegou a ser chamado, no primeiro sorteio, em 2016, mas sobrou. “Até que enfim o meu nome está na listagem nova. Não vejo a hora dessa liberação. O que falta hoje é fazer uma passagem segura pra liberar. Já foi aprovada pelo Ministério Público e pela ANTT a mini rotatória, mas ainda precisam resolver algumas coisas. Um grupo de empresários entrou com uma ação no Ministério Público pedindo o não fechamento da pista. Isso é um absurdo, porque a rotatória não vai prejudicar em nada, só vai dar segurança pra nós. Os carros já tem que passar por ali a 40 KM por hora, só não respeitam. Os empresários não estão pensando em nós. O povo não pensa! Quando eles liberarem os apartamentos, o Estado não vai mais ter despesas com a gente e vai sobrar recursos. Além disso, hoje temos que arcar com essa despesa, já que não podemos contar com o dinheiro do estado – que sempre chega atrasado. O valor não cobre o aluguel das famílias maiores. Quando não tivermos que pagar, vai sobrar dinheiro pra investir na própria cidade”, lembrou.
Além disso, o entrevistado cobrou um posicionamento por parte do município. “A casa própria é o meu sonho. Perdi 20 pessoas da família na tragédia de 2011. Preciso recomeçar, mas essa cidade deixa tanto a desejar que a gente se entristece. Hoje o pessoal da tragédia de 2011 está mais ou menos encaminhado. E como ficam as famílias das chuvas de 2012? Elas não tem expectativa alguma. O município tem esses 3%, mas nunca investiu em habitação. Ninguém cumpre as determinações, não pensam em nós”, frisou.
Ele frisou que a mobilização pelas casas vai continuar e que o grupo vem se fortalecendo pra exigir os seus direitos. “Conversei com várias pessoas. Estamos acompanhando os sorteios. Se até abril eles não derem nenhuma resposta definitiva, quanto a liberação, vamos ocupar a Fazenda Ermitage, vamos acompanhar novamente e só sairemos de lá com alguma resposta definitiva”, concluiu.