A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou na última terça-feira (3) à noite que há quatro casos de sarampo em investigação no estado. Um deles teve resultado preliminar positivo, mas ainda aguarda confirmação do diagnóstico pelo laboratório de referência nacional da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O local de provável infecção está em análise. Um dos casos investigados de ter contraído a doença é de uma jovem de 20 anos, moradora de Copacabana, zona sul do Rio, que teria contraído sarampo no mês passado. Ela é estudante da Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Praça da República, centro do Rio.
O Estado do Rio de Janeiro não teve casos de sarampo registrados desde o ano 2000. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, em 2017 a cobertura vacinal do estado para o sarampo em crianças de até um ano de idade foi de 94,8%. A vacina está disponível nos postos de saúde, conforme calendário de vacinação do Ministério da Saúde.
Prevenção
Diante da suspeita, a SES e a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro estão realizando ações de prevenção e bloqueio da doença, inclusive com vacinação no campus da Faculdade de Direito da UFRJ. Os estudantes de Direito que têm contato direto com a jovem suspeita de ter contraído a doença estão sendo vacinados e os colegas da faculdade que estejam com o calendário de vacinação atrasado.
A paciente foi atendida no setor de emergência do Hospital Copa d’Or, mas só teve o diagnóstico confirmado em São Paulo, onde mora sua família. A estudante também participou dos Jogos Jurídicos que ocorreram em Petrópolis, região serrana do Rio, no início do mês passado, onde teve contato direto com outros estudantes de direito da UFRJ.
Preocupação
Para o presidente do Instituto Vital Brazil, Edmilson Migowski, que também é professor de Doenças Infecciosas da UFRJ, a situação é preocupante, porque o sarampo é uma doença muito contagiosa. “Das ditas viroses comuns da infância, o vírus do sarampo é o que é transmitido mais facilmente de uma pessoa para outra”, explicou.
Migowski disse ainda que os casos da doença são muito preocupantes, porque é possível que outras pessoas venham a adoecer. “E a única forma que você tem de garantir proteção é mantendo-se distante de pessoas doentes e garantindo pelo menos duas doses da vacina, após um ano de idade da criança. Essa retomada do sarampo pode ser devido à baixa cobertura vacinal porque às pessoas começam a relaxar por causa de pouca consciência acerca da doença e da erradicação do sarampo no Rio nos últimos anos”, avaliou.
Fonte: Agência Brasil