Nesta terça-feira (25), os vereadores de Teresópolis votariam a suspensão de benefícios dos servidores públicos do município, mas um novo pedido de vista do projeto fez que com que o pedido de aprovação, feito pelo prefeito reeleito Mário Tricano (PP), fosse adiado mais uma vez. O vereador Dr. Carlão (PMDB) pediu revisão do projeto logo nos primeiros minutos da sessão e o projeto deve voltar para votação na sexta-feira (28).
Durante a manhã desta terça, o clima foi tenso no plenário. Servidores e moradores do município se reuniram no local. O novo pedido de vista foi motivo de revolta para o vereador Dr Habi (PDT), que acabou pedindo vista de outros projetos que tramitam no legislativo. “Eu queria a decisão, sim ou não, e isso não aconteceu”, afirmou.
Dr Carlão explicou que o pedido de vista é mais uma tentiva de convercer os vereadores sobre a não aprovação do corte de benefícios. “Se entrasse para votar hoje, o prefeito ganhava. Então, ganhamos mais tempo para convencimento dos vereadores e encaminhamento para as comissões. No meu entendimento, hoje, esse projeto seria aprovado”, afirmou.
Após o prazo de três dias, concedido pelo regimento interno da Câmara para o segundo pedido de vista, o projeto poderá ser encaminhado para as comissões de Legislação e Justiça e de Finanças.
“Nossa sugestão para o Dr Carlão é a convocação de uma audiência pública para ouvir os servidores e chegarmos a uma decisão”, afirmou Maurício Lopes, presidente da Câmara de Vereadores.
Andréa Pacheco, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresópolis (SINDPMT), comemorou o novo pedido de vista. “Agora vamos fazer esse trabalho político junto aos vereadores e também já entramos com mandado de segurança falando que o prefeito está burlando a Justiça”, disse, lembrando que o benefício é um direito adquirido através de concurso público.
Entenda o caso
Mário Tricano (PP), prefeito reeleito de Teresópolis, enviou um projeto de lei para a Câmara de Vereadores pedindo votação em caráter de urgência no dia 20 deste mês. A proposta é para acabar com o vale refeição no valor de R$ 100 e o plano de saúde dos servidores públicos. Durante a sessão, o vereador Claudio Mello (PT) pediu vista do projeto e a votação foi adiada para esta terça-feira (25), às 10h. A proposta do governo revoltou os servidores.
“Todo projeto tem que ser encaminhado para as comissões, mas durante a sessão alguns vereadores começaram a afirmar que era preciso dispensar essas comissões e pediam a votação urgentíssima. Eu pedi vista e adiei essa decisão por cinco dias”, afirmou Claudio Mello.
No projeto, Mário Tricano apresenta como motivos para o pedido a “situação econômica do município”, a “queda da arrecadação” na cidade e alega que tem o desafio de manter a estrutura pública “eficaz e enxuta”.
Também no documento, o prefeito afirma que “os valores estimados em R$ 9 milhões que seriam empregados no plano de saúde do servidor público e no vale refeição, anualmente, serão integralmente revertidos para a saúde pública”.
Além disso, outro pedido do prefeito foi para o fim do auxílio-transporte universitário, pago pelo município para que estudantes cursem faculdade em outros municípios.
A justificativa é que os “R$ 500 mil que seriam empregados no transporte de estudantes universitários que estudam fora do município, reverterão para a aquisição de veículos para o transporte de alunos da rede pública municipal”.
Fonte: G1 Região Serrana