Com a pior taxa desde o fim da ditadura, o governo do presidente Michel Temer é avaliado como ótimo ou bom por apenas 5% dos brasileiros — queda de cinco pontos percentuais em relação à última pesquisa. Outros 83% desaprovam a maneira como o peemedebista governa, enquanto 11% a aprovam. Os dados são de pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o Ibope, divulgada na manhã desta quinta-feira. A série histórica foi iniciada com a redemocratização, em levantamento de março de 1986 com o ex-presidente José Sarney.
Nesta quinta-feira, o índice de rejeição a Temer — os que consideram o governo ruim ou péssimo — foi de 70%. Para 21%, o governo é regular. E 3% não souberam avaliar ou não responderam. Já a confiança no presidente da República é de 10%, ante de 87% de desconfiança.
Se comparado ao governo Dilma Rousseff, 52% acham o governo Temer pior. Para 35%, é igual. E há 11% que acham a gestão Temer melhor do que a da antecessora, da qual o peemedebista era vice-presidente. As perspectivas ao restante do governo são ruins ou péssimas para 65%, regulares para 22% e ótimas ou boas para 9%.
Nove áreas de atuação do governo foram avaliadas. A pior foi “impostos”, com 87% de desaprovação. Apesar de na semana passada o governo federal ter aumentado impostos sobre combustíveis, a pesquisa foi feita antes disso. Em seguida, em desaprovações decrescentes, vêm saúde (85%), taxa de juros, segurança pública e combate ao desemprego (as três com 84%), combate à fome e à pobreza ( 80%), combate à inflação (77%), educação (75%) e meio ambiente (70%).
Na pesquisa de março, as notícias mais lembradas (26%) eram sobre “discussões sobre a reforma da Previdência”. Já agora, as mais mencionadas são em relação a “corrupção no governo” (16%). Reforma trabalhista (10%), operação Lava-Jato (9%), denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Temer por corrupção passiva (8%) e a reforma da Previdência (4%), que está parada na Câmara há quase três meses, fecham a conta das cinco mais recordadas. Das 15 colocadas na pesquisa como mais frequentes, apenas duas não são diretamente negativas ao presidente: uma sobre a condenação de Lula e outra sobre a reforma trabalhista.
Também foram elencadas, por ordem decrescente: desemprego (3%), pedido de impeachment de Temer (3%), crise política nacional (2%), manifestações nacionais (2%), prisão de Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor especial de Temer — flagrado recebendo R$ 500 mil da JBS — (2%), crise financeira dos estados (2%), greves e paralisações nacionais (1%), condenação do ex-presidente Lula na Lava-Jato (1%), liberação de verbas para parlamentares votarem a favor de Michel Temer (1%), rejeição da denúncia contra Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) (1%).
Cinco por cento lembraram-se de notícias com menos de 0,5% de citações, 10% não responderam notícia alguma, ao passo que 36% não souberam ou não responderam. 64% percebem o noticiário como mais desfavorável ao governo, enquanto 12% acham que é mais favorável. 13% não consideram nem favorável, nem desfavorável.
O jeito de Temer governar é mais desaprovado nas capitais (86%) do que no interior (69%). Já analisando a renda familiar dos entrevistados, os que têm renda familiar acima de cinco salários mínimos foram mais simpáticos ao presidente: 22% de aprovação da maneira de governar. Se em famílias com renda mensal de até cinco salários mínimos 66% acham o governo Temer ruim ou péssimo, nas famílias com renda de até dois salários a taxa sobre para 72%.
No último levantamento, feito em 31 de março, 10% avaliaram o governo como ótimo ou bom; 31%, regular; 55%, ruim ou péssimo; e 4% não souberam ou não responderam. Antes dessa pesquisa, em dezembro de 2016, Michel Temer era aprovado por 13% dos entrevistados. 46% consideravam o governo ruim ou péssimo e 35%, regular. Outros 6% não souberam opinar ou não responderam.
A pesquisa CNI/Ibope desta quinta-feira foi realizada entre os dias 13 e 16 deste mês, com 2 mil pessoas em 125 municípios brasileiros, e tem margem de erro de dois pontos percentuais. O nível de confiança do levantamento é de 95%.
Fonte: Extra