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Estudo no Complexo da Maré atesta potencial de proteção da AstraZeneca

Resultado confirma capacidade da vacina para conter casos sintomáticos

Estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, atestou a capacidade de proteção da primeira dose da vacina Astrazeneca. Conforme os resultados divulgados nesta segunda-feira (22), passados 21 dias da aplicação do imunizante, a efetividade contra casos sintomáticos de covid-19 foi de 42,4%.

De acordo com os pesquisadores, o resultado está de acordo com avaliações anteriores para a primeira dose no contexto de circulação das variantes Gama ou Delta. Eles consideram o índice bom, que confirma a capacidade da vacina para conter casos sintomáticos, mas alertam que a segunda dose é essencial para ampliar a proteção.

Um recorte por faixa etária também foi divulgado: verificou-se que os mais jovens tiveram maior proteção do que os mais velhos. Na população abaixo de 35 anos, a efetividade foi de 57,5%. Acima dessa idade, a proteção caiu para 34,8%. Mas em todo caso há uma melhora ao longo do tempo: a efetividade em toda a população acima de 18 anos chega a 58,9% entre o 42º e 55º dia após a primeira dose e passa a cair depois disso.

O Complexo da Maré reúne 17 comunidades onde moram cerca de 130 mil pessoas. Para aferir a efetividade, o estudo comparou pacientes que testaram positivo para covid-19 com pacientes que não testaram positivo. O período abordado, entre 17 de janeiro e 14 de setembro, caracterizou-se por uma predominância das variantes Gama e Delta.

Avaliar o impacto da pandemia, especificamente em uma área vulnerabilizada, estava entre os objetivos da pesquisa, uma vez que os dados mais gerais tendem a negligenciar as particularidades e homogeneizar os contextos. Nesse sentido, há dificuldades de se criar políticas públicas mais efetivas para cada realidade. De acordo com a Fiocruz, a pesquisa no Complexo da Maré consiste em um trabalho pioneiro voltado para estimar a proteção da vacina sobre a população de uma comunidade negligenciada que foi muito afetada pela pandemia.

Por Léo Rodrigues – Repórter da Agência Brasi

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