Usuário deve ficar atento aos três níveis de reajustes. Patamar mais alto é de 2,84%
Com a entrada em vigor do aumento dos preços dos remédios no dia 1º, os consumidores devem ficar atentos. São três patamares de reajustes: o nível 1 de 2,84%, o maior, atinge os medicamentos mais usados pela população, segundo a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). Os outros dois níveis são 2,47% (2) e 2,09% (3), que também pega grande parte dos medicamentos mais vendidos.
Os campeões de vendas, segundo Guilherme Assis, farmacêutico da Drogabel, na Lapa, são os antihipertensivos, seguidos de medicamentos de diabetes e transtornos psiquiátricos, como Valdoxan, por exemplo.
Os aumentos são válidos para mais de 19 mil medicamentos disponíveis no mercado varejista brasileiro, informou a associação. O reajuste leva em conta a inflação pelo IPCA, cuja taxa foi de 2,84% no período de março de 2017 a fevereiro de 2018.
Mas porque índices diferentes para reajustar os preços? Segundo a Interfarma, os reajustes são concedidos conforme o perfil de venda dos produtos, seguindo a lógica de que, nas categorias com maior número de genéricos, a concorrência é alta e, portanto, o aumento também pode ser maior.
São três níveis diferentes de reajuste. De acordo com o Ministério da Saúde, o primeiro grupo é o dos medicamentos de maior concorrência, aqueles que possuem mais laboratórios produzindo diversas marcas ou genéricos substitutos. São, por exemplo, os remédios para problemas de estômago (omeprazol, pantoprazol, etc.) e estatinas (sinvastatinas, atorvastatina, entre outros). Esse grupo foi o que teve o maior reajuste: 2,84%.
O segundo grupo é composto pelas posologias que têm concorrência moderada, como antifúngicos sistêmicos (cetoconazol, fluconazol, etc) e analgésicos narcóticos (tramadol, morfina, etc.). Os preços aumentaram 2,47%.
Já o terceiro grupo é o dos medicamentos com baixa concorrência, como os corticosteróides oral puro – tipo de anti-inflamatório – (betametasona, dexametasona, etc.) e penicilinas injetáveis (ampicilina, amoxicilina, etc.). Os medicamentos desse grupo respondem por mais da metade do mercado de medicamentos e terão os menores ajustes de, no máximo, 2,09%.
“Essa é uma correção de preços que fica abaixo da inflação. O país acumula 117% de inflação desde 2005, enquanto os medicamentos tiveram 82% de reajuste no período. São 35 pontos percentuais de diferença”, diz Antônio Britto, presidente-executivo da Interfarma.
No ano passado, o reajuste variou entre 1,36% e 4,76%. Em 2016, o reajuste máximo autorizado foi de 12,5%. Em 2015, foi de 7,7%. Em 2014, o reajuste foi de 5,68%.
FONTE: O Dia