A caderneta de poupança iniciou o ano de 2018 com saída de recursos, segundo números divulgados nesta terça-feira (6) pelo Banco Central. Em janeiro, as retiradas superaram os depósitos na modalidade de investimentos em R$ 5,2 bilhões.
Esse foi o quarto ano seguido em que houve saída líquida de valores da poupança em janeiro. Entretanto, a evasão de recursos foi menor do que nos últimos três anos, quando, R$ 5,52 bilhões (janeiro de 2015), R$ 12,03 bilhões (primeiro mês de 2016) e R$ 10,73 bilhões (janeiro do ano passado) deixaram a poupança.
Em todo ano passado, quando os depósitos superaram as retiradas em R$ 17,12 bilhões, houve ingresso de divisas. Isso aconteceu após dois anos de retiradas de recursos.
Volume total de recursos na poupança
Com a saída líquida de recursos na poupança, o estoque dos valores depositados, ou seja, o volume total aplicado, registrou queda no começo deste ano.
No fim de dezembro de 2017, o saldo da poupança estava em R$ 724,6 bilhões. Já em janeiro deste ano, o estoque total de recursos aplicados na poupança somou R$ 722,36 bilhões.
Além dos depósitos e das retiradas, os rendimentos creditados nas contas dos poupadores também são contabilizados no estoque da poupança. Em janeiro deste ano, os rendimentos somaram R$ 2,96 bilhões.
Atratividade da poupança
Com a queda dos juros básicos da economia em 2017, a caderneta de poupança passou a render menos.
Pela norma em vigor, há corte no rendimento da poupança sempre que a taxa Selic está abaixo de 8,5% ao ano. Nessa situação, a correção anual das cadernetas fica limitada a um percentual equivalente a 70% da Selic, mais a Taxa Referencial, calculada pelo BC.
Com o recuo do juro básico para 7% ao ano, a partir de dezembro, a correção da poupança passou a ser de 70% dessa taxa, ou seja, 4,9% ao ano, mais Taxa Referencial.
Mas a queda de rendimento é um fenômeno que está afetando também as aplicações conhecidas como prefixadas, ou seja, que têm por base a Selic.
De acordo com cálculos da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), os fundos de renda fixa “começam a perder competitividade frente às cadernetas de poupança principalmente nas aplicações de baixo valor.”
Isso acontece porque os fundos têm taxas de administração mais elevadas. “Assim sendo, a caderneta de poupança vai continuar sendo uma excelente opção de investimento, principalmente sobre os fundos cujas taxas de administração sejam superiores a 1% ao ano”, acrescentou a entidade.
Analistas avaliam que o Tesouro Direto, programa que permite que pessoas físicas comprem títulos públicos pela internet, via banco ou corretora, sem necessidade de aplicar em um fundo de investimentos, também pode ser uma boa opção para os investidores. O programa tem atraído a atenção de aplicadores nos últimos anos.