A estiagem e a necessidade de uso mais intenso das termelétricas vão pressionar as tarifas de energia a partir de outubro. A reportagem apurou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anuncia nesta sexta-feira (29) que a bandeira tarifária vai passar para vermelha patamar 2, o mais caro previsto, e a taxa extra cobrada nas contas de luz vai subir em outubro para R$ 3,50 a cada 100 kWh consumidos.
Seria a primeira vez desde 2015, quando o sistema de bandeiras foi criado, que a taxa extra de R$ 3,50 seria cobrada. No mês de setembro, vigorou a bandeira amarela, que aplica uma taxa extra de R$ 2 para cada 100 kWh de energia consumidos.
A Aneel marcou uma entrevista coletiva para a tarde desta sexta, quando a mudança na bandeira tarifária será oficializada. A reportagem apurou que a agência vai aproveitar para pedir que os consumidores adotem medidas para reduzir o consumo de energia nesse momento.
O sistema de bandeiras tarifárias começou a vigorar em janeiro de 2015 e foi criado para sinalizar aos consumidores o custo da produção de energia no país. O objetivo é permitir que os consumidores adotem medidas de economia para evitar que suas contas de luz fiquem mais caras nos momentos em que esse custo está em alta.
A cor verde indica que o custo é baixo. A amarela, que ele subiu um pouco. A vermelha, patamar 1, que está alto. E a vermelha, patamar 2, que está muito alto.
Estiagem e termelétricas
O custo de geração de energia no país fica mais alto conforme aumenta o uso de usinas termelétricas. Isso acontece porque as termelétricas usam combustível (óleo, gás, carvão, biomassa) para gerar eletricidade que, por isso, é mais cara que a produzida pelas hidrelétricas.
Neste ano, o país enfrenta novamente uma forte estiagem, que reduziu o volume de água armazenado nos reservatórios das principais hidrelétricas do país. Devido à necessidade de poupar essa água, o governo aciona mais termelétricas para atender à demanda dos consumidores brasileiros.
Recentemente, o governo também anunciou que aumentará a importação de energia do Uruguai e o início da importação da Argentina. Trata-se de mais uma medida para poupar água dos reservatórios das hidrelétricas brasileiras. A capacidade de importação, porém, não é alta.
De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), na quinta (28), dado mais recente, os reservatórios das hidrelétricas instaladas no Sudeste e no Centro-Oeste, responsáveis por cerca de 70% da capacidade de geração do país, estavam com armazenamento médio de 24,75%.
Trata-se do mais baixo nível para este período pelo menos desde 2011, segundo dados do ONS. No Nordeste, o armazenamento médio era de 9,46%.
Fonte: G1