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A CASA DA MÚSICA BRASILEIRA

Um dos participantes do Festival Terê Cultura Online revela os bastidores e os desafios de seu projeto

A música é uma temática que permeia a vida e o trabalho do artista gráfico Frederico Augusto. E, por meio do Festival Terê Cultura Online, ele abriu as portas de sua residência para compartilhar, em uma série de vídeos intitulada “A Nossa Casa”, histórias do universo sonoro brasileiro. 

TJ: Como surgiu a ideia para a série?

Frederico Augusto: Eu nunca me imaginei na frente das câmeras, confesso até que foi um grande desafio, mas o aceitei porque sempre tive enorme vontade de falar de pessoas importantes para a cultura deste país e que se relacionam, estreitamente, com este município tão especial, que tive a sorte de nascer. 

TJ: Você acredita que Teresópolis é um lugar fértil para a cultura?

Frederico Augusto: Não tenho a menor dúvida, são tantas histórias maravilhosas que tiveram como cenário o município do Dedo de Deus, e a série busca mostrar isso. Eu mesmo me surpreendi com alguns achados. Eu descobri, por exemplo, que Atrevida e Bilhete (músicas de Ivan Lins e Vitor Martins) foram feitas na cidade. Essas canções são obras-primas da música brasileira!

TJ: Além dessas histórias, a série se destaca pelo cenário, como foi pensada essa estética?

Frederico Augusto: Eu utilizei mais de 50 paninhos de crochê, produzidos pelas mais diversas mãos. Durante o processo de montagem, minha mãe me mostrou um e falou que aquele tinha sido feito pela minha bisavó, é emocionante pensar que naquele fundo tinha um pouquinho de pessoas tão especiais. Assim como o rádio, que tinha sido da casa dos meus avós paternos. Então, se o lar é o alicerce emocional de qualquer pessoa, o cenário buscou representar toda a minha base afetiva.

TJ: A emoção poderia ser eleita como a palavra-chave do trabalho?

Frederico Augusto: Evidentemente. Eu não estou falando de pessoas distantes, que só conheço pela música, alguns daqueles artistas foram extremamente especiais em minha vida e, ao falar deles, se torna impossível segurar qualquer emoção. E se me emociono, esse é o melhor sinal que posso receber, porque sou um artista e, enquanto eu tiver a capacidade de me emocionar, continuarei sendo.

TJ: Qual foi a maior felicidade ao produzir a série?

Frederico Augusto: Foram tantas, mas se eu preciso escolher uma, acredito que seja poder falar de tantas pessoas queridas e de algum modo, homenageá-las. É uma honra contar, por exemplo, a história da minha querida Selma Reis e saber que centenas de pessoas assistirão. Assim como falar (dez anos depois), do show que marcou minha vida, tendo um áudio do Ney Matogrosso.

TJ: E qual foi o maior desafio?

Frederico Augusto: Também foram muitos, o maior, sem qualquer dúvida, foi produzir tudo sozinho. Muitas vezes, para um vídeo ficar pronto, eu tive que trabalhar durante 14 horas seguidas. São muitos processos para chegar no produto final e, se torna ainda mais desafiador fazer tudo isso em casa, sem uma estrutura pensada para captação e edição de vídeos.

TJ: Por fim, valeu a pena? Podemos esperar mais?

Frederico Augusto: Eu acredito que valeu, especialmente, porque recebi dezenas de mensagens, pessoas de vários cantos do país escreveram coisas lindas e eu não poderia ganhar melhor retorno. Mas, mesmo assim, não posso prometer mais uma temporada, só o futuro dirá! O que posso afirmar é que a minha vontade de fazer arte é cada vez maior e, se depender de mim, novos projetos surgirão.

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