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Brasil quer colocar alerta para altos teores de gordura, sal e açúcar na frente dos rótulos dos alimentos

Uma nova política para conter doenças associadas à alimentação está sendo colocada em curso no país: o governo deve negociar com empresas um alerta no rótulo dos alimentos, na parte da frente das embalagens, para indicar altos teores de gordura, sal e açúcar. O principal objetivo é conter o avanço de doenças relacionadas ao consumo exagerado desses alimentos, que aumentam o risco de condições como diabetes, hipertensão, problemas cardiovasculares e obesidade.

A ideia é que os rótulos tenham um alerta na frente das embalagens para complementar a tabela nutricional, geralmente disposta na parte posterior. Símbolos e cores serão utilizados para facilitar a visualização. A base da informação também deve considerar cada 100g ou 100ml de alimento para maior padronização dos dados.

O primeiro passo para essa nova política foi dada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que aprovou a primeira parte do documento na segunda-feira (21). Essa versão ficará disponível para contribuição da comunidade científica por 45 dias. Depois, a agência vai fazer a redação da norma, que ficará à disposição por 60 dias para novas contribuições. A expectativa é que até o final do ano a regulamentação seja publicada.

“Mudanças serão necessárias porque o modelo atual dificulta o uso da rotulagem nutricional pelos consumidores por problemas de identificação visual, pelo baixo nível de educação e conhecimento nutricional”, disse nota da agência.

O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, anunciou parte da medida na terça-feira (22) em Genebra, durante plenária da 71ª Assembleia Mundial da Saúde (AMS). Ele citou que o Brasil vai adotar o alerta para altos teores de açúcar — numa tentativa de diminuir o crescimento de altos índices de obesidade.

Segundo o ministro, a meta é concluir até julho tanto os novos rótulos quanto a questão da redução de açúcar nos produtos. O ministro diz que busca diálogo e resolver “sem imposição” as mudanças, e que associações de empresários do setor não estão recebendo bem essas iniciativas para reduzir a obesidade no Brasil.

“O limite negociado é a redução do açúcar sem o gosto do produto ficar descaracterizado. (…) Queremos ter com o acucar o mesmo diálogo e um entedimento igual ao que tivemos com o sódio. (…) estamos muito perto de encontrarmos uma solução boa para todos” – Gilberto Occhi

Obesidade e risco

Dados de 2017 da pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) apontam que o excesso de peso atingiu 54% da população nas capitais do país e 18,9% dos brasileiros estão obesos.

Em Genebra, o ministro citou outras ações que visam não só o alerta, mas a dimnuição desses compostos no alimento. Entre as iniciativas em discussão, está o o Plano Nacional de Redução do Açúcar em Alimentos Industrializados.

Segundo a pasta, o modelo é similar ao adotado com a indústria para redução de sódio: foram retiradas 17 mil toneladas entre 2008 e 2016.

Como será feito o cálculo para o alto teor

A cada 100 ml ou a cada 100g, a Anvisa adotou nesse primeiro momento, os seguintes limites para cada composto:

Açúcar: 10g para sólidos e 5g para líquidos;

Gordura saturada: 4g para para sólidos e 2g para líquidos;

 Sódio: 400 mg para spolidos e 200g para líquidos

Passados esses limites, a empresa deverá colocar o alerta quando a norma entrar em vigor. A Anvisa ressalta que o documento é resultado de uma ampla análise científica. Foram analisados 28 estudos entre 2015 e 2018.

Fonte: G1

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