O bairro Quinta Lebrão como outros da cidade está passando por um momento difícil. Recebemos Júlio César, morador do bairro. Júlio estava particularmente preocupado, após presenciar uma agressão em uma rua que dá acesso a Quinta Lebrão e está cheia de mato e sem iluminação. “O lugar parece um local abandonado. Essa rua é na Ermitage. É um corte que tinha da Ermitage para sair na Quinta Lebrão, ela é conhecida como Estrada Marta. Essa rua, até pouco tempo atrás era utilizada por veículos, só que por estar acontecendo alguns acidentes resolveram fechar a pista para os automóveis é só deixarem para pedestres. As pessoas usam muito essa rua porque o pessoal não tem dinheiro pra pagar passagem, então, passam por ali durante todo o dia. Eu já passei várias vezes, como minha esposa também. Nós usamos o trecho por necessidade. Mas é muito perigoso porque é escuro, é cheio de mato, é uma situação muito complicada. O bairro está largado, não digo que não tem saída, porque eu estou aqui porque penso em saída, eu penso em melhorar, acho que vai ter alguém competente pra nos ajudar. Nós precisamos de pessoas competentes, se não ajudarem agora, quem vai pagar no futuro vai ser nossos filhos e nossos netos.”
Além do problema da Estrada Marta a falta de coleta de lixo, falta capina e situação precária das ruas e do único posto de saúde do bairro também foram assuntos levantados por Júlio. “Falta coleta de lixo, de capina, as ruas estão caindo aos pedaços e ninguém toma providência nenhuma, animais de qualquer maneira, sem ninguém cuidar, trazendo doenças, muito rato, o muro do Posto de Saúde que é o único posto que tem no bairro caiu tem mais ou menos de 2 pra 3 anos e a ponte precisando ser reformada, está com buraco e ninguém faz nada. De positivo no bairro só mesmo os moradores”, desabafou.
Fabiane Texeira, também falou sobre a situação da Quinta Lebrão. “Vim para fazer um apelo ao jornal, que nos ajude nas questões do bairro. Eu principalmente como enfermeira e moradora do bairro, vejo questões dramáticas, lixo para tudo quanto é lado, não tem nenhum projeto para a comunidade. É uma comunidade humilde, carente, mas o bairro é bom. De mais grave é a questão do lixo, a coleta da forma como está sendo feita é insuficiente. Não está sendo regular, não é diária, é uma população grande. Então assim, os moradores pegam seu o lixo e jogam lá na cabine, aí a cabine fica lotada, eles não param de jogar. O lixo transborda, tem também o vandalismo e assim, quando a cabine já está lotada de lixo, o pessoal arranca porta, arranca janela que é pra tentar socar mais lá, aí o que acontece, cachorro mexe, coloca lixo pra tudo quanto é lugar, criança vai brincar no lixo, tenho fotos, é porco andando, rato. É uma situação de saúde pública.Crianças brincando, catando reciclável. Eu já vi pessoas de outros lugares indo jogar lixo na entrada do bairro porque tem ali um cantinho de coleta de lixo, de tambores de lixo. E aí quantas vezes vi pessoas com pick-up, com caminhão, despejando os destroços e lixos ali, porque ninguém faz nada.”
Além do problema do lixo ela falou de outros incômodos vividos pelos moradores. “A Quinta Lebrão está com vários problemas estruturais, ruas caindo, o Posto de Saúde é um ponto básico pra se vê isso, que está ali escancarado. Não tem saneamento básico, nem todas as casas tem acesso a água da Cedae, nem todas as casas tem acesso á luz. É uma questão complicada, é um bairro que precisa da observação das pessoas de poder da cidade. Não existe área de lazer na Quinta Lebrão, não existe uma escola, não existe uma creche, não existe uma praça, o campo de futebol que prometeram, um candidato a vereador fez o campo, colocou a iluminação, não ganhou e arrancou tudo. A Quinta Lebrão é um bairro largado às moscas”, lamentou a moradora.