O presidente Michel Temer anunciou nesta quinta-feira (22) medidas para injetar dinheiro na economia. Uma delas permite que cerca de dez milhões de trabalhadores saquem todo o saldo de contas do FGTS inativas até dezembro do ano passado.
Foi o primeiro café da manhã para jornalistas brasileiros e estrangeiros no Palácio do Alvorada nos últimos 13 anos. Para fazer o balanço dos sete meses de governo, o presidente Michel Temer não levou ministros da área política. Foi acompanhado do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira. Temer abriu a conversa fazendo dois anúncios.
O governo vai liberar o saque de contas inativas do FGTS. Não haverá limite de saque. Todo o valor depositado nessas contas até 31 de dezembro de 2015 poderá ser retirado pelo trabalhador. A conta só fica inativa quando trabalhador sai do emprego e deixa de receber depósito nela.
Para descobrir quais são as contas inativas e o saldo de cada uma delas, o trabalhador precisa do número do PIS e da senha do cartão cidadão. Ele pode acessar o site da Caixa Econômica, ou procurar uma agência.
“O momento que nós vivemos na economia demanda na adoção de medidas que permitem ainda que de forma parcial, uma recomposição da renda do trabalhador. E, por tanto, estamos permitindo que os trabalhadores detentores dessas contas, até 31 de dezembro de 2015 possam dispor de um recurso que em condições normais não estariam a seu alcance”, afirma Michel Temer.
De acordo com o governo, 10,2 milhões trabalhadores vão se beneficiar da medida e diz que ninguém precisa ter pressa. Até fevereiro, o governo vai divulgar um cronograma para a liberação do dinheiro, que vai ter como referência a data de aniversário do trabalhador.
O governo acredita que a medida deve movimentar R$ 30 bilhões na economia. A maior parte das contas inativas, 86% tem cerca de um salário-mínimo de saldo. O trabalhador vai poder sacar o dinheiro e usar da forma que quiser. Por exemplo, pagar dívidas. O governo garantiu que a medida não traz risco para os setores que usam o dinheiro do FGTS, como habitação, mobilidade urbana e saneamento.
Juros e pagamento do cartão de crédito rotativo
Outro anúncio são mudanças nos juros e no pagamento do cartão de crédito rotativo, que é quando é feito o pagamento do valor mínimo e o restante é parcelado. O governo pretende limitar o prazo para o pagamento do rotativo para até 30 dias. Hoje esse prazo é muito mais longo, segundo a Fazenda. Com isso, o governo espera que os juros do parcelamento caiam pela metade. Em novembro, os juros do cartão de crédito rotativo ultrapassaram 400% ao ano. O governo ainda não detalhou como isso será feito.
Fonte: G1