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Croácia vence Marrocos e garante terceiro lugar na Copa do Catar

Quatro anos após o vice-campeonato na Rússia, a Croácia está novamente no pódio de uma Copa do Mundo. Neste sábado (17), a seleção derrotou Marrocos por 2 a 1, no Estádio Internacional Khalifa, em Doha, na disputa pelo terceiro lugar do Mundial.

A campanha repete a da primeira participação em Copas, há 24 anos, na França. Na ocasião, os croatas caíram para os anfitriões na semifinal, por 2 a 1, mas deram a volta por cima ao vencerem a Holanda, pelo mesmo placar, também assegurando a terceira colocação.

O triunfo em Doha foi “a última dança” em Mundiais do principal nome da geração que fez os croatas sonharem com o topo do futebol. Aos 37 anos, Luka Modric já havia anunciado que a Copa de 2022, a quarta da carreira, seria a última. O camisa 10 não apresentou, no Catar, todo o brilho de quatro anos atrás, quando foi eleito o melhor jogador da competição e, posteriormente, ganhou a Bola de Ouro da Fifa. Ainda assim, foi fundamental na campanha da Croácia, principalmente nas quartas de final, quando foi o dono do meio-campo no jogo contra o Brasil.

Do outro lado, a derrota marcou o fim do conto de fadas da primeira seleção africana a chegar às semifinais de uma Copa. E pensar que, há três meses não era Walid Regragui, mas o bósnio Vahid Halilhodzic, quem estaria no comando dos Leões do Atlas no Catar. Nascido na França, mas de ascendência marroquina, Regragui assumiu a equipe após o antecessor ser demitido por “diferenças de opiniões” com a federação. Entre as “diferenças” estava a não convocação o meia Hakim Ziyech, um dos astros do país.

Curiosamente, croatas e marroquinos iniciaram a jornada catari juntos, com um insosso empate sem gols no Estádio Al Bayt, em Al Khor. Ambos superaram a concorrência de Bélgica e Canadá, no Grupo F, para seguirem para as oitavas de final. Em lados diferentes do chaveamento, os europeus precisaram dos pênaltis para despacharem Japão e Brasil, mas não resistiram à Argentina. Os africanos, que também foram à marca da cal para eliminarem a Espanha e que superaram Portugal no tempo normal, pararam apenas na França.

Ao contrário do que proporcionaram na primeira fase, marroquinos e croatas fizeram uma partida aberta, com dois gols em menos de dez minutos. Os europeus abriram os trabalhos. Aos seis, Majer cobrou falta na ponta esquerda da área, o atacante Ivan Perisic escorou para dentro e o zagueiro Josko Gvardiol marcou de cabeça. A resposta dos Leões do Atlas veio dois minutos depois, com Achraf Dari. Após uma bola alçada na área por Ziyech e desviada por Majer, o zagueiro se antecipou ao goleiro Dominik Livakovic e conferiu na pequena área.

Considerado a principal arma de Marrocos ao longo da Copa, o sistema defensivo pareceu menos concentrado que em outros jogos, dando espaços para a Croácia finalizar. A ausência da dupla titular (Saïss e Nayef Aguerd, também lesionado) fez diferença. A seleção axadrezada chutou oito vezes no primeiro tempo (o dobro dos africanos), sendo quatro em direção à meta de Yassine Bounou (todas dentro da área). Em uma delas, aos 41 minutos, o volante Mateo Kovacic desarmou Attiat-Allah e rolou na esquerda para Orsic, que bateu de primeira, encobrindo o goleiro e fazendo um golaço.

Nos acréscimos, a dobradinha Attiat-Allah/En-Nesyri funcionou novamente. Ou quase, já que a cabeçada do atacante, após cruzamento do lateral, outra vez pela esquerda, foi por cima. Após o apito final, os jogadores marroquinos reclamaram muito com a arbitragem, contestando a não marcação de supostos pênaltis a favor dos Leões do Atlas.

Por Lincoln Chaves – Repórter da TV Brasil e Rádio Nacional

Foto: Reuters/Molly Darlington

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