Nova pesquisa da Fecomércio RJ com empresários do estado do Rio de Janeiro, revela que 20,7% dos entrevistados do setor de comércio e serviços do estado do Rio de Janeiro (ERJ) afirmaram que a situação de seus negócios melhorou nos últimos 3 meses, percentual inferior ao registrado em novembro (23,8%). Além disso, o número de comerciantes fluminenses que acreditam que seus negócios estão estabilizados também reduziu de 21,1% no mês anterior, para 19,7% em dezembro. O número de empreendedores que afirmam que o quadro do seu negócio piorou subiu de 28,5% no mês de novembro, para 29,8%, assim como os que acreditam que piorou muito: de 22,6% para 27,3%. Para 2,5%, houve muita melhoria, frente a 3,9% em novembro. Desta forma, a situação dos negócios dos empresários, que melhorava mês após mês, registrou a primeira queda em dezembro.
Houve variação negativa também nas expectativas que os empresários fazem para os seus negócios nos próximos 3 meses. Cerca de 71% dos empreendedores esperam que melhore ou melhore muito, no mês anterior esse percentual era de 75,4%. Houve uma leve redução na proporção de empresários que acham que vai piorar ou piorar muito, de 13,3% em novembro, para 12,3%. Portanto, aqui também houve redução do otimismo para os próximos três meses em relação ao próprio negócio, segunda queda consecutiva. A queda do otimismo pode refletir a preocupação dos empresários do setor com a recuperação da demanda no início do ano que vem.
Ocorreu, ainda, redução do número de empresários que consideram que houve incremento na demanda pelos serviços e bens das empresas que controlam: de 21,1% em novembro, para 17,3% em dezembro. De acordo com 21,4%, a percepção foi de estabilização na procura por seus produtos. Já 34,7% informaram que a demanda diminuiu e para 23,7% reduziu bastante. Entre os que acham que aumentou muito, 2,9% optaram por essa resposta em dezembro, frente a 2,2% constatado em novembro. Resumidamente, os empresários do setor de comércio e serviços do ERJ viram a demanda (nos últimos 3 meses) pelos bens e serviços que produzem cair em dezembro relativamente a novembro.
Sobre a expectativa dos fluminenses pelas demandas nos próximos meses, a sondagem registrou aumento dos que acreditam que haverá estabilização – 30% em novembro, para 32% em dezembro. Para 40,9%, haverá aumento e 9,3% esperam um incremento significativo. Houve, ainda, aumento entre os pessimistas: 12,3% creem numa diminuição e 5,6% numa alta queda nas demandas. Logo, a redução da confiança na evolução da situação do próprio negócio tem a ver com a redução da confiança na evolução da demanda futura.
CONTRATAÇÃO DE TRABALHADORES
Perguntados sobre o quadro de funcionários, o levantamento mostrou outra redução entre os que acham que o número de trabalhadores em suas empresas aumentou nos últimos três meses: de 6,9% para 4,2%. Já para 44,9% o quadro foi estabilizado, seguido pelos que responderam que houve redução (24,7%) e muita diminuição (25,6%). Apenas 4,2% informaram que existiu um aumento significativo.
Houve redução também da expectativa de contratação entre novembro e dezembro, puxada fundamentalmente pela proporção de empresários que disse que o quadro de funcionárias diminuiria (14,1%) ou diminuiria muito (10,4%).
PREÇO DOS FORNECEDORES
Em dezembro, houve relativa estabilidade na percepção que os empresários fazem a respeito dos preços dos fornecedores. Se o quadro se mantiver assim, é possível que nos próximos meses percebamos um arrefecimento nos preços ao consumidor. A manutenção da estabilidade de preços ao consumidor dependerá do grau de velocidade de recuperação do setor de serviços, que por sua vez dependerá da velocidade com que os governos vacinarão a população. Se a vacinação for muito rápida, a recuperação do setor de serviços muito provavelmente também será, gerando desequilíbrios entre oferta e demanda que podem inflacionar os preços dos serviços.
ENDIVIDAMENTO
O endividamento subiu entre novembro e dezembro. Em novembro, 29,5% dos entrevistados disseram não ter dívidas. Em dezembro, o número caiu para 26,9%.
INADIMPLÊNCIA
A pesquisa também mostra que ocorreu diminuição no percentual de empresários que responderam que não estão inadimplentes: 39,2% frente a 46,9% em novembro, contra 22,2% que afirmam que suas empresas estão moderadamente inadimplentes, seguidos por 27,2% que informaram que seus negócios estão com poucas restrições. Os que se consideram muito inadimplentes correspondem a 11,4%.
Em relação ao tipo de inadimplência, os fornecedores (44,7%) lideram o ranking, seguidos pelo aluguel (35,5%), pelos bancos comerciais (31,7%), conta de luz (28%), entre outros.
ESTOQUE
A maioria dos empresários (55,9%) afirma que o estoque de seus estabelecimentos ficou abaixo do planejado. Para 33,3%, ficou igual e para 10,9% o abastecimento foi acima do planejado. Perguntados sobre dificuldades no reabastecimento, 75,1% confirmaram que encontraram percalços neste setor, em novembro eram 68,5%, seguidos por 24,9% que negam qualquer dificuldade nesse sentido, no mês anterior eram 31,5%. Entre os obstáculos apontados, os produtos nacionais lideram a pesquisa (41,3%), seguidos pelos que apontaram tanto os nacionais quanto os importados (49,7%) e pelos importados (8,9%).
A sondagem ocorreu entre os dias 03 e 06 de dezembro, contou com a participação de 594 empresários do estado do Rio de Janeiro e tem por objetivo acompanhar e avaliar o comportamento dos empresários do comércio de bens, serviços e turismo.
Sobre a Fecomércio RJ
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio RJ) é formada por 59 sindicatos patronais fluminenses e representa os interesses de todo o comércio de bens, serviços e turismo do estado. O setor reúne mais de 314 mil estabelecimentos, que respondem por 2/3 da atividade econômica do estado e representam 68% dos estabelecimentos fluminenses, gerando mais de 1,6 milhão de empregos formais no total, que equivalem a 60% dos postos de trabalho com carteira assinada no estado do Rio de Janeiro. Além disso, a Fecomércio RJ administra, no estado do Rio, o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comércio (Senac).
Foto: Getty Images