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‘Olha a luz, olha o dia’, diz tia para porteiro que foi incendiado e ficou 75 dias no hospital

“Olha a luz, olha o dia”! Essa foi a frase ouvida nesta terça-feira (4), pelo porteiro Jefferson Quitanilha, de 23 anos, ao sair do hospital depois de 75 dias de internação. Ele foi atacado, incendiado e teve 60% do corpo queimados em Teresópolis.

O vídeo feito pela tia Michelli Peixoto, mostra o momento em que ele deixa o hospital. Jefferson caminha com dificuldade, sorri e agradece a equipe antes de entrar na ambulância. O suspeito de ter cometido o crime está preso. O agressor disse que desconfiou que a namorada tinha um caso com o porteiro.

O paciente saiu do Hospital Estadual Vereador Melchiades Calazans, na Baixada Fluminense, acompanhado por uma equipe de enfermeiros, médicos e parentes. A saída foi marcada por alegria e emoção. O porteiro foi para a casa onde mora, no condomínio Fazenda Ermitage, em Teresópolis, onde também trabalhava e foi vítima da violência.

Há duas semanas, a família de Jefferson conversou com a reportagem e falou que ele vinha evoluindo bem, e se dizia “grato pela vida”.

Segundo a irmã dele, Kamilla Quintanilha, durante o período de internação, Jefferson passou por processo de enxerto no pescoço, na nuca, braço e tórax. Após alguns dias de tratamento ele começou a conversar e se alimentar sozinho.

Kamilla disse que Jefferson vai precisar de uma prótese na orelha, porque perdeu totalmente a direita e um pedaço da esquerda. Ela contou que ele está ouvindo normalmente, porque a parte interna não foi afetada.

O crime

O crime aconteceu no condomínio Fazenda Ermitage no dia 19 de junho. As imagens das câmeras de segurança mostraram o momento em que o agressor chegou na cabine onde Jefferson estava trabalhando, jogou gasolina e colocou fogo na vítima.

O vídeo mostra ainda o jovem em chamas saindo correndo da cabine, enquanto o agressor saía tranquilamente.

O zelador, João Batista Valério, que viu o porteiro em chamas relatou a frieza do agressor. “Ele veio por trás sem falar nada, jogou gasolina e colocou fogo no cara vivo. Foi uma traição, uma maldade muito grande. Ele foi frio”, disse”.

A mãe de Jefferson foi quem apagou as chamas do corpo do filho, que correu 300 metros até chegar em casa. Ela chegou a abraçar o filho na tentativa de conter o fogo.

Jefferson foi socorrido pelos bombeiros e levado para o Hospital das Clínicas de Teresópolis (HCT). No dia seguinte, foi transferido de helicóptero, em estado grave, para o Hospital da Baixada.

Suspeito preso

Marcelo Cavalcanti Gomes, suspeito de atacar e atear fogo no porteiro Jefferson Quintanilha se entregou à polícia no dia 21 de junho. Segundo a Polícia Civil, Marcelo confessou o crime.

O delegado responsável pelo caso, Leandro Aquino, afirmou que a motivação do crime foi “ciúme excessivo”. “Ele acreditou que a vítima, o Jefferson, estaria tendo um caso com a companheira dele e que esse caso teria se consumado dentro da casa que ele vivia com ela”, afirmou.

O suspeito vai responder pelos crimes de tentativa de homicídio qualificado e crime de incêndio, de acordo com o delegado. A pena pode chegar a mais de 40 anos de prisão.

Fonte: G1

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