Mário Tricano (PP), prefeito reeleito de Teresópolis, enviou um projeto de lei para a Câmara pedindo votação em caráter de urgência nesta quinta-feira (20). A proposta é para acabar com o vale refeição no valor de R$ 100 e o plano de saúde dos servidores públicos. Durante a sessão, o vereador Claudio Mello (PT) pediu vista do projeto e a votação foi adiada para terça-feira (25), às 10h. A proposta revoltou os servidores.
“Todo projeto tem que ser encaminhado para as comissões, mas durante a sessão alguns vereadores começaram a afirmar que era preciso dispensar essas comissões e pediam a votação urgentíssima. Eu pedi vista e adiei essa decisão por cinco dias”, afirmou Claudio Mello.
No projeto, Mário Tricano apresenta como motivos para o pedido a “situação econômica do município”, a “queda da arrecadação” na cidade e alega que tem o desafio de manter a estrutura pública “eficaz e enxuta”.
Também no documento, o prefeito afirma que “os valores estimados em R$ 9 milhões que seriam empregados no plano de saúde do servidor público e no vale refeição, anualmente, serão integralmente revertidos para a saúde pública”.
Além disso, outro pedido do prefeito foi para o fim do auxílio-transporte universitário, pago pelo município para que estudantes cursem faculdade em outros municípios.
A justificativa é que os “R$ 500 mil que seriam empregados no transporte de estudantes universitários que estudam fora do município, reverterão para a aquisição de veículos para o transporte de alunos da rede pública municipal”.
A notícia do possível fim dos benefícios não agradou os servidores. Segundo Andréa Pacheco, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresópolis (SINDPMT), esse projeto revoga os direitos garantidos há dez anos.
“Em 2006 teve concurso público e foi colocada a garantia desses direitos”, disse, lembrando que a cidade tem 3.226 servidores. Andréa também falou da greve dos servidores em setembro do ano passado. Na época, o grupo pedia o pagamento dos salários e benefícios atrasados há mais de três meses.
“Nós ganhamos no Tribunal de Justiça, foi uma decisão unânime e até hoje muita gente não recebeu. O município tem uma dívida de R$ 7 milhões com os servidores”, contou. Revoltada, a presidente do sindicato afirmou que está iniciando uma mobilização entre os servidores e junto aos vereadores.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Teresópolis e aguarda um posicionamento sobre o caso.
Fonte: G1 Região Serrana