Policial

‘Médicos dizem que ele tenta respirar sozinho’, diz irmã de porteiro incendiado por causa de ciúme

A família de Jefferson Quintanilha, de 23 anos, está otimista quanto a recuperação dele. A irmã do porteiro, que teve 60% do corpo queimados após Marcelo Cavalcanti Gomes atear fogo nele por causa de ciúmes da companheira, conversou com a reportagem na manhã desta terça-feira (26) e contou sobre o estado de saúde do jovem.

“Os médicos têm diminuído a sedação dele. Ontem (segunda-feira), ele teve um pequeno quadro de melhora. Os médicos disseram que ele está tentando respirar sem a ajuda mecânica. Ele tentou acordar também, mexeu as pernas, os braços, a mão”, disse Camila Quintanilha, irmã da vitima.

Ainda de acordo com a irmã, durante as visitas da mãe, Jefferson também está respondendo aos estímulos e mexendo os olhos. Ele está há sete dias internado Hospital Estadual Vereador Melchiades Calazans, em Nilópolis, no Rio de Janeiro. Jefferson está em uma área destinada a vítimas de queimaduras.

“A gente acredita que é uma melhora. Quando a gente conversou com os médicos, eles disseram que só o fato dele estar estável já era uma grande coisa, pois o que acontece com pacientes de queimadura é que eles começam a piorar”, afirmou Camila.

Crime motivado por ciúme

“Ele tem um ciúme excessivo da companheira”, disse o delegado Leandro Aquino sobre o motivo de Marcelo ter ateado fogo em Jefferson. O suspeito se entregou à polícia na quinta-feira (21). O crime aconteceu no condomínio onde a vítima e o agressor moram.

Segundo a Polícia Civil, o agressor, ao confessar o crime, disse que “percebeu uma troca de olhares” ao passar de carro pela guarita do condomínio com a mulher, e que isso despertou um ciúme incontrolável nele.

“Ele julgou que aquela troca de olhares ali teria sido algo a mais. Nesse momento ele decidiu por atear fogo na vítima. Ele disse que a gasolina já era algo que usava com frequência dentro do veículo. Nós não temos dúvida de que ele tinha pleno conhecimento, pleno domínio, que ele sabia o que ele tava fazendo, que ele sabia contra quem ele tava atacando, e ele agiu sozinho”, afirma o delegado.

No dia do crime, segundo o relato da irmã do jovem, Jefferson correu cerca de 300 metros da portaria até chegar em casa e receber o socorro da mãe e de vizinhos, que usaram um tapete e até terra para apagar as chamas.

Jefferson foi pego de surpresa

As imagens da câmera de segurança mostram a vítima trabalhando enquanto outro homem conversa pelo interfone, do lado de fora da cabine. Em entrevista, o homem que estava perto de Jefferson, Almerico Portela Corrêa, contou as palavras que ouviu do agressor no momento em que ele jogou gasolina no rosto do porteiro e acendeu o isqueiro.

“Só escutei uma voz assim: toma a tua parte”, disse Almerico.

O agressor entra na cabine, joga gasolina no rosto da vítima e usa um isqueiro para iniciar o fogo. Os bombeiros foram acionados às 16h09 de terça-feira (19) e quando chegaram ao local encontraram a vítima em pé e lúcida na rua.

Jefferson entrou sozinho na ambulância e foi levado para o Hospital das Clínicas de Teresópolis (HCT). Ele foi transferido de helicóptero para o hospital em Nilópolis, onde segue internado.

Fonte: G1

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