A gripe ou influenza é uma infecção viral aguda do sistema respiratório, de transmissão elevada e distribuição global. Uma pessoa pode contrar gripe várias vezes ao longo da vida.
De acordo com o Ministério da Saúde, a evolução da doença geralmente é autolimitada, mas pode se apresentar de forma grave.
Idosos, crianças pequenas e gestantes têm risco maior de desenvolver complicações devido à influenza.
As complicações mais frequentes são as pneumonias bacterianas secundárias, sendo geralmente provocadas pelos seguintes agentes: Streptococcus pneumoniae, Staphylococcus ssp. e Haemophillus influenzae.
Já uma complicação incomum e muito grave é a pneumonia viral primária pelo vírus da influenza. As pessoas que têm o sistema imunológico comprometido apresentam quadro clínico geralmente mais demorado e, muitas vezes, mais grave.
As grávidas com quadro de influenza no segundo ou terceiro trimestre da gravidez podem ter que ser internadas.
Os tipos de vírus
Existem três tipos de vírus influenza: A, B e C. O vírus influenza C causa apenas infecções respiratórias brandas, não possui impacto na saúde pública e não está relacionado com epidemias.
O vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais. O vírus influenza A é o responsável pelas grandes pandemias. Os vírus influenza A são ainda classificados em subtipos de acordo com as proteínas de superfície, hemaglutinina (HA ou H) e neuraminidase (NA ou N). Dentre os subtipos de vírus influenza A, atualmente os subtipos A(H1N1)pdm09 e A(H3N2) circulam de maneira sazonal e infectam humanos.
Alguns vírus influenza A de origem animal também podem infectar humanos causando doença grave, como os vírus A(H5N1), A(H7N9), A(H10N8), A(H3N2v), A(H1N2v) e outros.
Sintomas
A gripe começa em geral com febre alta, seguida de dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça, coriza e tosse seca. A febre é o sintoma mais importante e dura em torno de três dias. Os sintomas respiratórios como a tosse ficam mais evidentes com a progressão da doença e se mantêm em geral de três a cinco dias após o desaparecimento da febre.
Alguns casos apresentam complicações graves, como pneumonia, necessitando de internação hospitalar. Devido aos sintomas em comum, pode ser confundida com outras viroses respiratórias causadoras de resfriado.
Confira os sintomas:
– febre
– calafrios
– mal-estar
– dor de cabeça
– dor no corpo
– dor de garganta
– dor nas articulações
– prostração
– coriza
– tosse seca
Podem ainda estar presentes:
– diarreia
– vômito
– fadiga
– rouquidão
– olhos avermelhados
Como evitar
Para evitar a gripe e a sua transmissão, deve-se fazer uso de medidas como:
– higienizar as mãos com água e sabão ou com álcool gel, principalmente após tossir ou espirrar e depois de usar o banheiro, antes de comer, antes e depois de tocar os olhos, a boca e o nariz;
– evitar tocar os olhos, nariz ou boca após contato com superfícies potencialmente contaminadas, como corrimãos, bancos, maçanetas etc.
– manter hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, ingestão de líquidos e atividade física.
– pessoas com síndrome gripal devem evitar contato direto com outras pessoas, abstendo-se de suas atividades de trabalho, estudo, sociais ou aglomerações e ambientes coletivos.
Vacina
A vacina contra a gripe é segura e é considerada uma das medidas mais eficazes para evitar casos graves e mortes pela doença. A previsão é que a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe aconteça entre 23 de abril e 1º de junho. O dia 12 de maio deve ser o dia de mobilização nacional (Dia D).
Existem dois tipos de vacinas contra a gripe: a trivalente e a tetravalente. A vacina trivalente protege contra três cepas do vírus influenza. Para 2018, a Organização Mundial da Saúde definiu a composição da vacina com duas cepas de influenza A (H1N1 e H3N2) e uma linhagem de influenza B (Yamagata). A dose será oferecida gratuitamente pelo Programa Nacional de Imunizações nos postos de saúde para crianças de 6 meses a 5 anos de idade, gestantes, mulheres até 45 dias após o parto, profissionais de saúde, portadores de doenças crônicas não transmissíveis, indígenas, pessoas acima de 60 anos e professores das escolas públicas e privadas.
Já a vacina tetravalente está disponível na rede privada e possui proteção contra quatro diferentes cepas do vírus influenza: duas cepas A (H1N1 e H3N2) e duas linhagens B (Yamagata e Victoria).
Tratamento
Em caso de suspeita de influenza, é necessário procurar uma unidade de saúde.
O médico pode avaliar a necessidade de prescrição do antiviral fosfato de oseltamivir. De acordo com o protocolo do Ministério da Saúde, o uso desse antiviral está indicado para todos os casos de síndrome respiratória aguda grave e casos de síndrome gripal com condições e fatores de risco para complicações.
O remédio é prescrito em receituário simples e está disponível no no Sistema Único de Saúde (SUS).
No caso de pacientes com síndrome gripal, sem condições e fatores de risco para complicações, a prescrição do fosfato de oseltamivir deve ser considerada baseada no julgamento do médico. Em todos os casos, o início do tratamento deve ser preferencialmente nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas. No entanto, mesmo depois deste pazo, o antiviral apresenta benefícios.
A terapêutica precoce reduz tanto os sintomas quanto a ocorrência de complicações da infecção pelos vírus da influenza, em pacientes com condições e fatores de risco para complicações bem como naqueles com síndrome respiratória aguda grave.
Fatores de risco
– Grávidas em qualquer idade gestacional;
– Puérperas até duas semanas após o parto (incluindo as que tiveram aborto ou perda fetal);
– Idosos;
– Crianças com menos de 5 anos. O maior risco de hospitalização é em menores de 2 anos. A maior taxa de mortalidade se concentra nos menores de seis meses;
– População indígena aldeada ou com dificuldade de acesso
– Pneumopatias (incluindo asma);
– Cardiovasculopatias (excluindo hipertensão arterial sistêmica);
– Nefropatias;
– Hepatopatias;
– Doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme);
– Distúrbios metabólicos (incluindo diabetes mellitus);
– Transtornos neurológicos que podem comprometer a função respiratória ou aumentar o risco de aspiração (disfunção cognitiva, lesões medulares, epilepsia, paralisia cerebral, síndrome de Down, atraso de desenvolvimento, AVC ou doenças neuromusculares);
– Imunossupressão (incluindo medicamentosa ou pelo vírus da imunodeficiência humana);
– Obesidade (Índice de Massa Corporal (IMC) maior ou igual a 40 em adultos);
– Menores de 19 anos de idade que fazem uso prolongado com ácido acetilsalicílico (risco de Síndrome de Reye).
Fonte: Ministério da Saúde