A primavera tem início nesta segunda-feira (23), em todo o hemisfério sul. Neste ano, a temporada de transição entre o inverno seco e o verão úmido no país será de calor acima da média e chuvas intensas, ainda que de maneira irregular e em menor volume do que em 2018.
Associada ao florescer, a estação no Brasil é marcada por um período quente e com chuvas, próximo ao que é vivenciado no verão, em vez do calor ameno que caracteriza a primavera nos países frios.
Com o término do período de influência do fenômeno El Niño, que eleva a temperatura do oceano Pacífico equatorial e por consequência afeta o clima global, o início do período úmido deve ser de neutralidade climática.
Isso não significa, porém, que as chuvas no período vão ocorrer de forma regular e dentro da média. “Pode ocorrer chuva de moderada a intensa em um bairro e em outro não ter chuva”, afirmou a meteorologista Graziela Gonçalves na última quinta-feira (19), em live sobre a estação promovida pela Climatempo.
Nas últimas décadas, a estação teve como padrão a formação de um canal de umidade entre a região amazônica e o litoral do Sudeste, espalhando chuvas sobre o país. Isso não deve ocorrer neste ano, devido ao oceano Atlântico estar com temperaturas mais frias para a época.
“Há uma ressurgência de água mais fria no oceano Atlântico”, disse Gonçalves. Isso significa que as baixas temperaturas no mar impedirão o avanço de frentes frias, o que contribui para dias com temperaturas mais elevadas.
As frentes frias ocorrerão, mas serão de curta duração. “Logo vão se afastar, porque não há conexão com a umidade da Amazônia”, explicou a meteorologista. A que atingiu São Paulo no final de semana é atípica neste cenário e deve se estender pelos próximos dias. No Sudeste, a primavera dá as caras mesmo a partir do próximo final de semana.
Conforme a avaliação de Gonçalves, tanto outubro quanto novembro serão meses quentes, com temperatura acima da média na maior parte do país e chuvas mal distribuídas, com períodos maiores de abertura de sol.
O volume pluviométrico deve ser abaixo da média. “As chuvas serão mais desorganizadas, mas isso não nos safa do risco de temporais intensos”, afirma Gonçalves.
A partir de dezembro, os dias ficam ainda mais quentes e as chuvas mais fortes -é o verão chegando.
O CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências, da Prefeitura de São Paulo) estimou 357,5mm de chuva nos próximos três meses, próximo da normalidade para o período. Segundo o órgão, o final da estação pode ser mais chuvoso do que o normal para a faixa litorânea e sul do estado.
Com a ocorrência do equinócio -quando a luz solar incide de igual maneira sobre os dois hemisférios, e tanto a noite quanto o dia têm duração de 12 horas-, a primavera inicia oficialmente às 4h50 desta segunda. A estação se encerra no dia 22 de dezembro.
Fonte: Jornal do Brasil