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Remédios podem ter o menor reajuste em mais de uma década em 2018

O próximo ano poderá trazer um alívio a mais para o bolso de quem precisa gastar com medicamentos. A previsão de reajuste máximo para os remédios de uso contínuo, a partir de 31 de março 2018, é de apenas 2,8%, o menor percentual em 11 anos, segundo uma projeção feita pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma). Caso a correção seja pequena, como prevê a entidade, os consumidores serão beneficiados. No varejo, medicamentos que têm grande concorrência, como os genéricos e aqueles que não necessitam de prescrição, podem até não sofrer aumento.

— Eventualmente, no varejo, o reajuste poderá ser ainda menor ou até não ser repassado ao consumidor. Medicamentos genéricos, por exemplo, têm grande concorrência e, para não perder venda, a rede prefere não repassar o aumento. Além disso, a classe de medicamentos que podem ter o percentual de correção menor é grande. Logo, a chance de o repasse ser muito pequeno em 2018 é significativo. Isso vai favorecer o usuário — destacou Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o reajuste nos medicamentos autorizados em 2017 pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) já foi o menor registrado nos últimos 10 anos. Em março, o índice máximo autorizado pelo órgão regulador foi de 4,76%, exatamente a mesma alta da inflação acumulada no período.

Na ocasião, o percentual médio de repasse foi de 2,63%, considerado baixo pelas farmácias. No varejo, o preço foi repassado aos poucos sos consumidores e, no Rio, demorou cerca de dois meses para ser incorporado, devido aos estoques elevados das farmácias.

A projeção de um aumento menor para os remédios em 2018 é uma boa notícia para quem gasta boa parte da renda mensal em farmácias. É o caso do casal de aposentados Emília Freitas, de 72 anos, e Ary Azevedo, de 87. Diabéticos e com outros problemas de saúde, Emília diz que gasta cerca de mil reais mensais com medicamentos, o que pesa no orçamento.

 – Se esse custo diminuir um pouco, fará diferença. Quase todos os dias estou na farmácia — disse Emília.

Varejo reclama de aumento inexpressivo

Se por um lado consumidores ficam aliviados com um reajuste menor, que pode até não ser repassado, o varejo reclama, alegando que um aumento tão pequeno prejudica as farmácias. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Comércio Farmacêutico (ABC Farma), Pedro Zidói, se o percentual autorizado for realmente baixo, pequenos varejistas serão os mais prejudicados.

— A indústria projetava, antes, um aumento de 3,8% no ano que vem, mas, como a inflação está baixa, isso não vai acontecer. O máximo que pode chegar é a 3%, o que ainda é muito baixo para o varejo. Caso essa projeção seja confirmada, não vai despertar o interesse da indústria, que poderá reduzir o desconto para o varejo. Assim, na hora da venda, ganharão apenas as grandes redes de farmácias. As pequenas não conseguirão competir — projetou.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista dos Produtos Farmacêuticos do Rio (Sincofarma-Rio), Felipe Terrezo, diz que o reajuste não cobre os custos anuais das farmácias.

— Será um aumento pequeno, que se observa até pela série histórica, que não ajudará a cobrir custos como os de energia e pessoal.

Aumento em três faixas de medicamentos

O reajuste dos medicamentos é dividido em três faixas, com base na concentração do mercado. Assim, remédios de menor complexidade e produzidos por mais laboratórios, que costumam baixar os preços para manter a concorrência, têm permissão de um aumento maior. É o caso de opções como omeprazol, pantoprazol, sinvastatina e atorvastatina.

O segundo grupo de medicamentos é composto pelos que têm concorrência moderada, como antifúngicos sistêmicos (cetoconazol e fluconazol) e analgésicos narcóticos (tramadol, morfina etc.). O terceiro grupo é o dos remédios com baixa concorrência, como os corticosteroides oral puro (betametasona e dexametasona) e penicilinas injetáveis (ampicilina e amoxicilina). Os medicamentos desse grupo respondem por mais da metade do mercado e costumam ter o menor percentual de aumento.

As representações têm seus preços controlados pelo governo federal, que faz um cálculo para estabelecer o reajuste (de acordo com cada faixa). Em 2016, a alta da inflação fez com que o índice máximo permitido atingisse 12,5%.

Dicas da proteste para economizar

Pesquise em diferentes redes de farmácias antes de comprar e não deixe de pechinchar. Há diferenças até dentro da mesma rede, de uma loja para a outra. Os preços podem variar, inclusive, de um bairro para o o outro. Por isso, vale a pena pesquisar em até quatro ou cinco farmácias para saber onde comprar mais barato.

Consulte o médico

Consulte seu médico sobre a possibilidade de usar a versão genérica do medicamento. O genérico, em regra, é mais barato do que o medicamento de referência. E lembre-se de que também há diferenças nos preços cobrados pelos laboratórios.

Medicamento

Peça para seu médico receitar o medicamento pelo nome do princípio ativo e não pela marca. Assim, será mais fácil verificar a existência de genéricos e optar pelo mais barato. Na farmácia, o farmacêutico pode ajudar na escolha. Vale destacar que o medicamento genérico é tão eficaz quanto o de referência.

Farmácia popular

Consulte o médico sobre a possibilidade de utilizar medicamentos que constam da lista do Programa Farmácia Popular, que oferece remédios gratuitos e com preços até 90% mais baratos. Há uma série de farmácias e drogarias que participam do programa do governo federal. Remédios para hipertensão e diabetes podem ser conseguidos de forma gratuita. Fique atento à receita e consulte o médico, caso seja necessário.

Abatimentos

Para quem tem una doença crônica, também outra forma de economizar é aderir a programas de fidelização de laboratórios farmacêuticos. A adesão é feita pelo site das empresas ou por um telefone 0800, identificado nos rótulos dos produtos. Dependendo do medicamento, o desconto pode chegar a 70%, inclusive para antibióticos.

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