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Asma se agrava com chegada do inverno

Na última quarta-feira (21) foi celebrado o Dia Nacional de Controle da Asma. A data coincide com a chegada do inverno, período do ano em que os sintomas da doença se agravam por conta da baixa temperatura e maior permanência em ambientes fechados. A asma, inflamação crônica das vias respiratórias, mata três pessoas por dia no Brasil e provoca mais de 100 mil internações por ano, segundo dados do Ministério da Saúde.

De acordo com a ONG Iniciativa Global Contra Asma no Brasil (Gina, por sua sigla em inglês), estima-se que até 40 milhões de brasileiros apresentem alguns dos sintomas da doença: falta de ar, chiado e aperto no peito, tosse seca e persistente. O número representa 20% da população. Desses, calcula-se que até 10 milhões de pessoas não têm sequer diagnóstico médico para confirmar ou não se são portadores de asma.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), há cerca de 150 milhões de asmáticos em todo o mundo. No Brasil, a asma foi responsável por 38% das internações hospitalares por doenças respiratórias crônicas em 2016.

“Quem apresenta sintomas, é fundamental procurar ajuda médica para fazer um diagnóstico correto e um tratamento adequado”, afirma o pneumologista Rafael Stelmach, coordenador da Gina no Brasil e um dos principais especialistas no assunto. “O mais alarmante é que as mortes e muitas das internações poderiam ser evitadas”, completou Rafael.

O médico chama atenção para o fato de que a asma não tem cura, mas pode ser controlada. “O tratamento é composto por medicamentos anti-inflamatórios, além de repouso e alimentação correta, pois a rotina colabora com o controle da doença”, disse. A doença pode aparecer em qualquer idade, sendo mais comum entre crianças e idosos.

Algumas dicas para evitar a crise de asma: cuidar da higiene dos ambientes, para evitar ácaros e pó; evitar contato com substâncias químicas, como tinta, desinfetantes e produtos de limpeza; evitar contato com objetos de pelúcia e outros que facilitem o acúmulo de poeira, bem como cães e gatos; deixar a casa aberta durante o dia para que entre sol; não fumar e não ficar próximo a pessoas que estão fumando e, principalmente, consultar um médico sempre que perceber alguma alteração no quadro clínico.

CONSCIENTIZAÇÃO

No mês do combate a Asma, a Gina no Brasil está fazendo uma campanha para aumentar a conscientização sobre riscos à saúde e erradicar as mortes provocadas pela doença. O mote do vídeo da campanha da Gina no Brasil faz um alerta: “Asma não é brincadeira. Não é frescura. Não tem cura.” Somente quem já passou por uma crise sabe o que é “sentir que um elefante sentado sobre o peito”, diz o vídeo.

Segundo a ONG, a intenção é conscientizar que a asma é uma doença crônica que precisa de atenção permanente por parte dos pacientes. Para isso, ao longo de cinco meses, a Gina no Brasil vai realizar uma série de vídeos informativos, posts e teasers que podem ser acompanhados pelas redes sociais da organização. Um dos destaques da campanha são os depoimentos reais de pessoas falando sobre o que sentem durante uma crise.

Entenda sobre a doença
O que é asma?
Asma é o nome científico para uma inflamação crônica das vias respiratórias. É uma doença que não tem cura pela sua origem alérgica e familiar; por isso, precisa ser acompanhada e tratada por toda a vida do paciente. Pode causar o estreitamento dos brônquios, provocando broncoespasmos e a obstrução do fluxo de ar. Em casos mais graves, pode haver o impedimento da passagem de ar pelo sistema respiratório.
Quais são os principais sintomas?
Os principais sintomas são a falta de ar, chiado no peito, aperto no peito, tosse seca e/ou persistente. Muitas vezes, pode ser confundida com gripes mal curadas ou bronquites simples. Uma das suas principais características é que os sintomas são recorrentes, ou seja, reaparecem conforme o asmático entra em contato com fatores agravantes.
O que causa a asma?
A doença não tem uma causa única. Mas pode ter origem alérgica (ácaro, perfume, mofo e poluição podem agravar os sintomas), familiar (as chances de alguém da mesma família ter a doença é maior). Estima-se que 80% dos casos são hereditários. “Há casos de asmáticos que nasceram com a doença, mas só descobrem na vida adulta”, afirma o pneumologista Rafael Stelmach.
Qual o cenário da asma no Brasil?
A falta de informações corretas e a conscientização por parte dos pacientes e dos próprios médicos estão entre as principais dificuldades para reduzir o número de mortes, hospitalizações e internações. Três pessoas morrem por dia no Brasil, é a quarta causa mais frequente de hospitalizações no SUS e a terceira quando se refere a crianças e jovens. Por isso, é fundamental divulgar informações corretas sobre a doença e os tratamentos disponíveis.
Quais são os tratamentos?
A asma é tratada de acordo com sua gravidade (intermitente e persistente) e controle (controlado ou não). Como é uma doença crônica, exige o uso contínuo de anti-inflamatórios (classe dos corticóides), geralmente administrados em forma de bombinha, que servem para prevenir os sintomas e manter a qualidade de vida do paciente. Nos momentos de crise, no entanto, é preciso recorrer aos broncodilatores para dar um alívio respiratório, mas que não devem ser de uso contínuo, pois não combatem a inflamação. É fundamental não confundir o uso, pois os dois medicamentos são vendidos em forma de bombinhas. Adultos e crianças (acima e abaixo de 5 anos) têm doses diferentes de uso. Sempre consulte seu médico, pois o tratamento necessita de acompanhamento.
Qual a diferença entre asma e bronquite?
A bronquite é um termo genérico para a inflamação dos brônquios, que é o sistema de canais que levam o ar para o dentro do pulmão. Existem vários tipos de bronquite e a asma é uma delas. Diferente dos outros tipos, a asma não tem cura, mas que, se for tratada corretamente, faz com que o paciente tenha uma vida normal.
Qual a relação da asma e rinite?
Geralmente, a rinite (inflamação na mucosa do nariz) e a asma estão associadas. Cerca de 80% dos asmáticos têm rinite (causa espirros, coceira no nariz, obstrução nasal e secreção). As duas doenças são inflamatórias e têm causas comuns. “Quem não tratar a rinite pode agravar a asma”, afirma o alergista Fábio Morato Castro, do Hospital das Clínicas.
Existe algum exame que faça um diagnóstico?
Um clínico geral pode diagnosticar a doença conforme os sintomas apresentados pelo paciente, basta lembrar da recorrência de sintomas e a predisposição alérgica. Sim, existe um exame específico chamado função pulmonar (espirometria), que mede a capacidade do sopro do paciente.

Fonte: Gina no Brasil

Fonte: EstadoES

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